quarta-feira, 28 de setembro de 2011

NOSSA SENHORA DO VISO, A ROMARIA DO CONCELHO!

A época de verão, que agora termina, é tradicionalmente conectada com as famosas festas e romarias que surgem por este belo país. Estes meses de calor são sempre preenchidos com grande animação e muita música, que quase diariamente invade vilas e aldeias de orgulho e muito entusiasmo.
As festas e romarias que tanta gente envolve e tão dispendiosas são, têm a nobre função de cimentar raízes e de simultaneamente unir a parte religiosa e a parte social. Nestas festas todos aqueles que por motivos díspares deixaram as suas raízes regressam com um enorme orgulho, para poderem assistir ao que de mais tradicional possuem, alimentando não só a sua fé mas fortalecendo ainda mais as suas raízes, revivendo momentos e emoções, que nunca se esquecem.
As tradições são assim parte integrante da nossa vida e servem para nos distinguir, identificar e mesmo orgulhar, perante a imensa diversidade cultural que nos rodeia. Culturalmente as civilizações são identificadas pelos seus actos e pelos seus costumes, daí a importância de anualmente se realizarem as festas e romarias, não deixando esmorecer a fé e a cultura que nos une, passando de geração em geração, orgulhando os mais velhos e entusiasmando os mais novos, contribuindo para que estas festas não caiam em esquecimento.
Com a convicção de que as romarias são o espelho de uma cultura e do seu povo, decidi utilizar este espaço para descrever o que foi a experiência de estar directamente envolvido nas festas em Honra de Nossa Senhora do Viso, Fontes, a Romaria do Concelho de Santa Marta de Penaguião.
A Vila de Fontes, situada nas encostas do Marão, possui uma beleza natural e a “sua” festa é algo que muito orgulha os seus habitantes e todos os que anualmente no primeiro fim-de-semana de Setembro a visitam. A Romaria da Senhora do Viso é um acontecimento marcante, preenchido e repleto de momentos que traduzem toda a cultura de um povo. Não se pode falar nesta festa sem mencionar alguns dos mais nobres momentos e também alguns dos actos que traduzem bem as tradições, a grandiosa alvorada, as bandas filarmónicas a desfilar pelas ruas da Vila, o concerto das bandas no recinto do Viso, os famosos grupos musicais e a tão apreciada, tão visitada, sendo mesmo o momento mais imponente, que arrasta multidões até esta vila transmontana, a majestosa procissão, um acto religioso e uma vivência com muito sentimento.
Para que a Festa do Viso seja uma realidade, da qual todos se orgulham, há que louvar todos os que directa e indirectamente se dedicam para a realizar. Os membros da comissão de festas são um exemplo de determinação e coragem perante uma causa nobre, abdicando da sua própria vida em prol de toda a logística que esta romaria acarreta, mas tudo feito com amor, gosto e muita dedicação, não se deixando abalar com muitas contrariedades que vão sendo impostas.
Num ano em que a palavra “crise” faz inevitavelmente parte do nosso vocabulário diário, sendo mesmo um motivo de grande preocupação, há que agradecer de forma encarecida à população de Fontes, que de forma generosa colaborou na dádiva, o que não e de estranhar, pois esta população tem esse dom, sempre que é solicitada para uma causa nobre como esta, colabora de forma positiva. Uma palavra também para as populações limítrofes de Fontes, que colaboram fervorosamente para esta grandiosa Romaria seja uma realidade. Um agradecimento muito especial para o empenho dos emigrantes, que mesmo não estando presentes deixam a o seu contributo, nunca esquecendo a Festa do Viso.
   
Há também que reconhecer a forma humana, corajosa e voluntária com que algumas pessoas colaboraram nestas festividades, contra a vontade de “muitos” foram firmes, desempenhando papéis importantes, contaminando tudo e todos com a sua garra, vontade e determinação. A todos, sem excepção um bem-haja!
 Texto Públicado no Jornal "O ARRAIS" do dia 23 de Setembro 2011
 Por: HUGO SEQUEIRA